terça-feira, fevereiro 01, 2005

Regicídio



Há precisamente noventa e sete anos, no dia 1 de Fevereiro de 1908, dois fanáticos carbonários lançaram-se sobre a carruagem onde seguia o rei D. Carlos, a rainha D. Amélia e os seus dois filhos, disparando sobre a família real. D. Carlos tomba de imediato, vítima dos dois tiros cobardes desferidos pelas costas por Alfredo Costa. O seu filho, o principe herdeiro D. Luis Filipe, ainda tenta sacar da arma num esforço inglório de defender o pai, mãe e irmão, mas é morto a tiros de carabina por um tal de Manuel Buiça. Os dois assassinos são abatidos no próprio local pela guarda do rei, perdendo-se assim a possibilidade de descobrir quem mais estive envolvido na conspiração e na execução do atentado. O regime que dois anos depois substituiu a monarquia decrépita em nada melhorou o estado de subdesenvolvimento em que o país estava mergulhado: aliás, a primeira república será um dos períodos mais caóticos - se não mesmo o mais caótico - da história portuguesa.
Quem hoje dobrar a esquina do Terreiro do Paço com a Rua do Arsenal em direção à Praça do Município, não encontrará no local onde o rei e o princípe herdeiro tombaram qualquer placa, qualquer monumento à suas memórias. Será algum trauma de regime, vergonha por tão triste passado?

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