quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Acerca da vitimização

Há uma categoria de indivíduos na nossa vida pública que em situações de conflito ou de competitividade, utilizam estratégias de chantagem emocional ou de vitimização para atingirem os seus fins. Este tipo de comportamentos desdobra-se em ínfimos exemplos, os quais, no entanto, seguem por norma um padrão definido. Dissimulados como são, e a maior parte das vezes cobardes, refigiam-se quando atacam em golpes obscuros, boatos, insinuações e calúnias, quase nunca proferidas ou divulgados pelos mesmos mas sim pelos lambe-botas de igual índole que parasitam a sombra destas pobres figuras públicas. Quando estas figurinhas atacam directamente, fazem-no por meio de declarações dissimuladas, sempre apoiadas nos pressupostos boatos, mas nunca numa referência explícita a estes. O passo seguinte consiste em negar: aí a chantagem emocional entra em acção, numa autovitimização pungente. São eles os inocentes, são eles os eternos atacados (de preferência por todos os lados, oposição, imprensa, até companheiros de partido), são eles as verdadeiras vítimas daquilo que injustamente os acusam... esta estratégia até poderia colher frutos entre as mentes mais simples, mas tem sido usada intensivamente por aquela espécie de portuguesinho que no dia-a-dia insiste em passar-nos a perna a todo o custo, nas filas de espera, no emprego, no comércio ou nos serviços. Quando usada pelos líderes partidários torna-se tão evidente e tão ordinária que serve apenas para lhes realçar o ridículo.

Sem comentários: