Nunca fui de me abster em questões importantes, acho que determinadas circunstâncias do dia-a-dia e da vida em sociedade exigem-nos decisões concretas e um tomar partido por uma decisão, uma opinião ou um partido. Nunca fui seguidor das profissões de fé do nosso único Nobel da Literatura, e por isso a sua cruzada a favor do voto em branco não colheu em mim um receptor favorável... muito menos suspeitando que as origens da abstenção se acham num certo azedume anti-sistema de alguém acorrentado às suas convicções marxistas-leninistas. O que me levaria a votar em branco nestas eleições seria a inutilidade da escolha, a ausência total de opção em termos de programa político, de verdadeiras reformas, pelas quais o país desespera numa agonia lenta e irreversível. Mas este fim de semana - confrontado com declarações infames e tomadas de posição indignas de um certo político que por azar nos calhou como Primeiro Ministro - vejo-me obrigado a ter que tomar uma posição clara e afirmativa. Há que acabar com isto, com esta malta trauliteira que que nos governa, com estas centenas de santanetes de raciocínio rasteiro, de cultura de teatro de revista e de educação de paróquia das berças. Há que correr com esta gente do governo do país, há que empurrá-los para o abismo eterno da ignorância e do esquecimento (aquela existência pindérica algures entre a Quinta do Lago e a Kapital) e jamais permitir que estes trogloditas voltem a conspurcar a nossa vida em sociedade, nem os mais básicos valores em que assenta a civilização, que tanto custou a outros antes de nós erguer. Espero que de igual modo dentro do PSD haja quem, com coragem, possa varrer esta tralha toda porta fora. E acredito que assim seja. Por estas e por outras, vejo-me obrigado a dar o meu voto ao Eng.º José Sócrates, o único que neste momento tem uma candidatura capaz de minorar todo este pesadelo.
segunda-feira, janeiro 31, 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário