quinta-feira, janeiro 27, 2005

A Toltec Symphony

O compositor norte-americano Philip Glass estreou no passado dia 20 a sua sétima sinfonia - A Toltec Symphony - para coro e orquestra, interpretada pela National Symphony Orchestra, no Kennedy Center em Washington. A propósito da sua fonte de inspiração, diz-nos o compositor:
"I heard a recording of a 90-year-old Mexican-Indian man chanting in the desert, singing to a plant or something."
O compositor escreveu as notas e o texto e mostou-os a um seu amigo antropologista.

ya wa na ni ... ya wi yo mi ... ba bo ba

"He told me they don't mean a thing, the old man was in a religious, mystical state of some kind, and these are the words that came to his mind. They don't relate to the world, but to the spirit. So I can't say exactly what means, but I heard it and it moved me."
A partir deste "misticismo" Glass desenvolveu a sua obra, que se encaixa nos seus princípios estilísticos habituais: repetição de temas, linhas melódicas poderosas mas curtas, ritmos hipnotizantes, vozes que acentuam sílabas... o minimalismo.
A sinfonia divide-se em três andamentos:
  • "O Milho" - andamento para cordas e metais, reflete a ligação do povo com a mãe-terra;
  • "A Raiz Sagrada (Hikuri)" - aqui impera a percursão, eclipsando-se qualquer referência melódica; este andamento refere-se especificamente a uma planta que cresce no México, intermediária com o Espírito do Mundo;
  • "O Veado Azul" é um portador simbólico do Conhecimento - cordas, harpa e metais levam a sinfonia a um final tranquilo.
"These are big concepts. Twenty years ago, the idea of putting them into a symphony might not have occurred to me, but it's where I am today in my thinking."

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