segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Brideshead revisited

Ontem voltei à escola, não para estudar, mas para votar. Voltei ao meu velho liceu, o Gil Vicente no bairro da Graça. Tudo no mesmo sítio, mas estranhamente mais pequeno. No entanto ainda lá estão as arcadas, as paredes austeras (mas agora pintadas de fresco) as árvores, muitas árvores, o casario de Lisboa ao longe, e os campos desportivos rodeados pelo gigante mosteiro de São Vicente de Fora e pela muralha fernandina. Eram os limites do meu mundo adolescente, tudo começava e acabava ali, todas as relações, todas as fidelidades, os namoros, os primeiros cigarros e a minha primeira paixão, os ajustes de contas no pátio, o nariz a sangrar, as musicas cantaroladas, os planos, as intrigas, as alegrias, tudo.

Mais em termos afectivos que em termos materiais posso dizer que a minha existência actual se encontra a milhas daquele sítio.

Já por diversas vezes pensei mudar o meu recenseamento eleitoral para outras freguesias, mas acabo por nunca o fazer. Ontem percebi porquê.

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